Não é fácil. Deixar tudo para trás. Dizer adeus aos amigos e família. Esquecer a estabilidade de ter um trabalho e um salário ao final do mês. E tudo isso só porque um dia tive aqueles 30 segundos de coragem que me fizeram pensar em tirar um ano para repensar próximos passos.
Na Nova SBE estive rodeado pelas pessoas certas. Fui inspirado por amigos e colegas que me fizeram olhar a vida e o mercado numa perspetiva diferente. Envolvi-me num ambiente internacional e tive a oportunidade de estudar um semestre na China. Os últimos três anos foram de difícil gestão porque tinha em mim todos os sonhos e projetos que me ocupavam tempo e energia. Hoje, teria provavelmente investido mais tempo a estudar e menos a procrastinar em momentos decisivos. Contudo, continuaria a apostar em projetos como a Nova Skills Association, o Corpo Nacional de Escutas, o GASNova ou o Floresta Rainha. Há conhecimentos que não conseguimos obter de livros e, agora, tenho cada vez mais confiança nisto.
Desde que me lembro, sempre quis viajar o mundo, conhecer novas culturas e novas formas de vida. Na
escola, no trabalho, e, diria eu, na vida, sempre fui alguém que quis mudar aquele detalhe que traria processos mais eficientes mantendo um comportamento pro-ambiente. Quando tinha 14 anos, a minha professora de História apelidou-me de Jacobino - membro do movimento revolucionário durante a Revolução Francesa que iluminou o mundo para o mote "Igualdade, Fraternidade e Liberdade". Não podia estar mais certa.
Com 21 anos, em Portugal, é esperado que entres num mestrado, faças um estágio no verão ou que vás fazer voluntariado para outra parte do Mundo. A maioria das pessoas faz este percurso. E fazem bem! Se sentem que este ´o caminho mais desafiante e recompensador a seguir, porque não? Mas para mim esse não seria. Não significa isto que não queira esforçar-me profissionalmente ou nos estudos. Significa que preciso de tempo para me conhecer melhor, conhecer o Mundo à minha volta para que, um dia, possa fazer tudo isso com mais confiança, absorvendo mais em cada experiência.
Nos próximos 7 meses viajarei à procura de respostas sobre como pode a nossa geração contribuir para esta "Revolução Verde", como posso deixar o mundo um pouco melhor do que o encontrei e debruçar-me sobre quais são as minhas prioridades na vida. Até lá, vou ter sempre como segura a incerteza que todas estas respostas dificilmente serão encontradas, mas que, pelo menos, tive tempo para perseguir a melhor versão de mim mesmo.
franco